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17/12/12
25. CRISES DE DESÂNIMO



25. CRISES DE DESÂNIMO

 

Yanko     Vicka, pelo que sei, vocês experimentaram grupal ou individualmente crises de desânimo.

Vicka - O que é desânimo?

Y. É o estado de espírito em que começamos a perder confiança em nós mesmos e naquilo que fazemos. Muitas vezes você não ficou perturbada por tudo o que lhe acontecia; não teria pre­ferido jamais ter passado pelo que passou?

V. Jamais!

Y. Sério?

V. Jamais. Nossa Senhora estava sempre muito perto de mim, no meu coração e eu sei que ela vencerá. Nunca pensei que as dificuldades vinham das aparições. Não mesmo!

Y. Durante as aparições. E depois?

V. Nem depois. Às vezes me vinha a ideia de que eu poderia ser presa. Mas eu acreditava firmemente que, mesmo na prisão, a Santa Virgem estaria comigo. Assim, quem poderia fazer o que quer que fosse contra mim?

Y. Uma outra vidente me disse: “Eu não teria querido passar por tudo isso”. É verdade que depois ela acrescentou: “Mas quan­do o momento do encontro com a Santa Virgem se aproxima, nenhuma força deste mundo me impediria de ir ao seu en­contro”.

V. É possível. Eu sei de quem está falando. Mas o que você quer? Cada pessoa com seu temperamento. E exatamente ela sofreu mais que os outros.

Y. Então, Vicka, vocês não sentiram desânimo?

V. Não, de jeito nenhum. Estamos cada dia mais firmes e mais corajosos.

 

Y. Sou forçado a acreditar. Mas eu já sabia e agora vejo mais claramente que desde a primeira aparição vocês tiveram mo­mentos verdadeiramente terríveis. Você poderia recordar algum?

V. Quem poderia se lembrar de todos? Convocações, zombarias, ameaças. Numa palavra, foi horrível. Se a Santa Virgem não nos confortasse, não sei como isso teria acabado. Mas graças a Deus e a Nossa Senhora suportamos tudo.

Y. Você não poderia nos contar um desses momentos especialmen­te difíceis para vocês?

V. Não sei... Nada de especial me vem à memória.

Y. Bem, vou recordar um desses momentos. Foi quando você fi­cou sabendo que Frei Jozo, seu vigário, estava preso.[1]

V. Você se surpreenderia se eu dissesse que não senti quase ne­nhuma tristeza?

Y. Não?

V. Apenas não fiquei contente. A Santa Virgem também não fi­cou triste. Ela nos reconfortou, dizendo que não era preciso temer por Frei Jozo que ele suportaria tudo etc.

Y. Devo lhe dizer que este ponto não está claro.

V. Também acho, mas foi isso que aconteceu. Em minha casa todo mundo chorava, na vizinhança também, menos eu. Tal­vez por causa de Nossa Senhora. Ela nos disse naquela noite que não era preciso temer por Frei Jozo, que ele suportaria tudo pela glória de Deus e que tudo acabaria bem. E depois eu pensei: isso não será por muito tempo.

Y. Disseram que nessa mesma noite Nossa Senhora interrompeu a oração de vocês na igreja e os levou para aquela sala onde vocês a veem agora. Essa não é a verdadeira razão?

 

V. É verdade. Interrompemos nossa oração e entramos nesta sala. Nossa Senhora já nos esperava. Ela nos reconfortou e nos en­carregou de dizer ao povo: “Não tenham medo. Fiquem ale­gres. Eu protegerei Frei Jozo”. Nós saímos e dissemos isso aos outros pelo alto-falante.

Y. Quem falou ao microfone?

V. O pequeno Jakov. Ele é o mais desinibido.

Y. O que ele falou?

V. “Tenham coragem, não tenham medo, ela vai proteger Frei Jo­zo.” O povo aplaudia bastante. Depois continuamos a rezar, a cantar, e depois fomos tranquilos para casa.

Y  Talvez você não estivesse em boas relações com Frei Jozo?

V  Absolutamente. Eu não chorei pela prisão dele. Só isso.

Y  Será que Frei Jozo vai ficar triste quando souber disso?

V.  O que posso fazer? Rezei e rezo todos os dias por ele, para que Deus o proteja e o ajude. Que mais poderia fazer? Algu­mas vezes a Santa Virgem rezava conosco em sua intenção. Algumas vezes ela nos mostrava Frei Jozo. Graças a Deus, tudo terminou bem.[2]     



[1] Sobre essa prisão (17 de agosto de 1981), cf. René Laurentin, op. cit. p.82-84).

[2]   Jozo foi libertado no início de 1983, depois de um abaixo-assinado de 40.000 leitores de Sabato, que escreveram ao presidente da República iugoslava. Sua pena foi abreviada em 2 anos (René Laurentin, op. cit. p.85).



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